"...e não haver gestos novos nem palavras novas". 2012. AST. 70x100cm
MEMORIAL DESCRITIVO
O contato com
a poesia de Florbela Espanca e sua biografia provocou uma conexão fluida e
imediata através de sua capacidade passional em expressar-se, com o nosso
próprio interesse em um assunto ainda tabu como a Morte. A partir de dois
pontos específicos de sua vida e obra se dá a perspectiva de nosso trabalho. Um
dos pontos, a poesia A Vida e a Morte escrita em 1903 aos oito anos de idade e
o segundo ponto, o Diário do Último Ano de 1930, um prelúdio de uma morte
anunciada?!
A partir
desses aspectos tão fortes a nosso ver, realizamos uma pintura que é a sugestão
de um retrato de Florbela com a ideia de seus escritos finais, “... e não haver gestos novos nem palavras novas.”
O vazio faz-lhe a companhia, e assim busca-se o fechamento de um ciclo,
vida-vazio-morte.
A VIDA E A MORTE
Florbela Espanca
O que é a vida
e a morte
Aquella
infernal enimigaA vida é o sorriso
E a morte da vida a guarida
A morte tem os
desgostos
A vida tem os
felisesA cova tem as tristezas
I a vida tem as raízes
A vida e a morte são
O sorriso lisongeiro
E o amor tem o navio
E o navio o marinheiro
11.11.1903
CURRÍCULO
Fabíola Menezes é artista plástica,
professora de artes do Ensino Fundamental e Médio e professora voluntária na
UFES. Formada em Artes Plásticas e Mestre em Artes, ambas na UFES, demonstra
interesse pela iconografia mortuária e suas idiossincrasias. Sua dissertação de
mestrado intitulada Registros do Bem Morrer - retratos mortuários e
religiosidade em Juazeiro do Norte/CE teve por objetivo estudar manifestações
singulares do uso do retrato mortuário e suas atribuições. Possui publicações
de artigos em Anais de Congressos como no Congresso Latino-americano de
Ciências Sociais e Humanidades: “Imagens da Morte”, 2010 e do CEIB – Congresso
do Centro de Estudos da Imaginária Brasileira, 2009. Como produção artística,
participou de exposições na Galeria de Arte e Pesquisa da UFES e em exposição
realizada em Granada, Espanha sob o título Entre
dos Costas em 2007.
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